Como prometi retorno ao meu cantinho de pitacos para compartilhar meus pensamentos e discutir sobre o nosso cenário contemporâneo, em todos os assuntos quanto possível, e por que não? Dos assuntos que julgamos históricos.
E para retomar preciso dividir minhas impressões quanto ao nosso junho... Criamos tanta expectativa, não é verdade? Muitos acreditaram firmemente em mudança radical no país, afinal a política finalmente estava tomando sua importância em detrimento da bola, é eu sei, me entusiasmei também, mas com bom ânimo consigo enxergar pelo menos um ponto positivo, demonstramos que temos sim interesse, talvez não coragem (ninguém me tira da cabeça que nosso medo coletivo é herança do coronelismo e da ditadura), mas esperança de que um dia poderemos madurar como povo. Não sei você, mas fiquei impressionado no quanto debatemos cada assunto com o objetivo final sumariamente concluído e unanimente apoiado, mas sem nenhuma ideia de como alcança-lo. Muitos vídeos apaixonados e estimulantes pipocaram no youtube e com isto aos poucos fui percebendo a lacuna que a História possui no nosso entendimento, pois em cada comentário de post, em reportagens, em críticas às passeatas foi crescendo uma explosão de ideias sectárias. Vou explicar melhor: em algum momento nós já ouvimos que a estratégia do general Napoleão Bonaparte era dividir para conquistar e em um país com uma sociedade sem identidade, que se mascara no "multi cultural", bastaram apenas levantar discursos mal adaptados para nossa realidade brasileira que nos vimos divididos em comunistas, fascistas, vândalos, vagabundos, neo nazistas, anarquistas entre outros, quando ainda pensávamos como povo sofredor nos bombardearam com conceitos que nem a maioria de nós conseguimos definir, resultado nos sentimos manipulados por uma "força" (como se nunca tivéssemos sido) e assim se foi o apoio popular que só queria reclamar do serviço que recebia de seu governo e forçar uma melhora. Ora, sem apoio popular não há revolução e o "gigante" se desfez por medo de ser envolvido numa guerra civil. Alguns resistiram, mantiveram o protesto, mas a estratégia adotada era, no mínimo, confusa, afinal acampamentos visando a destituição do governador é um pouco difícil de entender e conquistar reforços. Quando notei que pessoas comuns se afastaram destas manifestações por achar falta de direcionamento, concluí que havia acabado a febre, voltaríamos para o coma. As ações dos governantes ou eram idiotas ou provocativas ainda não consegui definir, pois aumentar iptu por causa do transporte, ou ser contra uma cpi e depois resolver presidi-la, ou ainda passear e levar cachorros de helicóptero enquanto a população se apertava nos trens, enfim difícil né? E depois de tudo o que aconteceu apresentam opções de candidatos um mais e esdruxulo que o outro, não não dá. Olha vocês me perdoem, mas desisto de tentar algo sem antes educar a maior parte das pessoas em minha volta sobre o que é democracia. Ainda tem gente que acha que anular voto é um bom protesto, não, não dá. A criminalização dos protestos envolvendo black bloquers (ou seja lá como se escreva!) associando com pcc e cv, por parte da mídia engravatada para mim só demonstra medo, sim medo, mas uma inteligência estratégica eficaz, pois uma vez que o povo se viu dividido e ludibriado pela mídia viu as ações vândalas, assimilaram e compraram o discurso do absurdo. Resumindo, fiquei feliz em participar deste momento histórico, mas percebi o desafio que a carreira de educador tem. Não sou homem/máquina e o meu tempo quem tem que fazer sou eu, como ser humano. Abraços
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